Pretendemos com este material, compartilhar ferramentas, impressões e dicas práticas sobre a experiência de implementação da Pesquisa Vacina Maré nas 16 favelas que compõem o território da Maré.
É urgente mudar os paradigmas e não apenas fazer ciência para a população, mas sobretudo fazer ciência com a população.
Criando relações de
confiança e credibilidade
Engajar moradores e fazer ciência em um território exige a construção, por vezes lenta e desafiadora, de confiança e credibilidade.
Chegada ao território:
como serei visto e reconhecido?
Estabelecidos objetivos claros e parcerias relevantes, chegou a hora de comunicar o que está sendo feito. O primeiro passo é adotar um nome de fácil entendimento, que dialogue com o território e com o objeto da pesquisa.
Mobilização e engajamento:
o morador no centro do projeto
Em todos os materiais produzidos, o morador foi colocado como centro da pesquisa, destacando que sua participação é fundamental para a realização e sucesso do projeto.
Como fazer comunicação
científica em favelas?
Este é, talvez, um dos maiores desafios do projeto. Uma vez sensibilizados e engajados sobre a importância da pesquisa, os moradores precisam ter um retorno sobre sua participação e compreender o que foi feito com sua contribuição.
Governança compartilhada:
ninguém faz sozinho
O compartilhamento da liderança do projeto, com seus erros, acertos, desafios e virtudes, em pé de igualdade entre os parceiros e reconhecendo conhecimentos e lideranças já existentes no território, é sem dúvida uma das maiores inovações da Pesquisa Vacina Maré.
Percalços fazem parte do processo e são importantes
Fazer ciência exige dedicação, tempo
e recursos. Fazer ciência em territórios de favelas e periferias exige mais do que isto: é preciso resiliência, abertura para novos aprendizados, quebra de padrões e agilidade para lidar com percalços e desafios da vida real.
Veja as lições Aprendidas:
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Entender o modo de ser e fazer locais é o primeiro passo. Escuta é fundamental.
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Estabelecimento de parcerias locais, com organizações com lastro no território.
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Disponibilidade para o diálogo e abertura para soluções fora do padrão.
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A comunicação é estratégica e deve estar, desde o primeiro momento, no coração das decisões e planos de ação do projeto.
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Criar uma marca simples e de impacto é essencial para o projeto ser reconhecido no território.
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É importante avaliar quais veículos de comunicação funcionam para cada caso: panfletos, carros de som, vídeos, redes sociais, website, veículos comunitários e até megafones podem ser utilizados.
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Mimos para os voluntários são itens que apoiam o engajamento e ajudam os articuladores no processo de convencimento dos moradores.
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Criar e integrar, de forma permanente, equipes de comunicação e mobilização é crucial para levar as mensagens e engajar os moradores no projeto.
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Testar permanentemente os materiais e narrativas, com o retorno sobre como está sendo o entendimento (ou não) das mensagens junto aos moradores é essencial.
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Menos é mais. É mais importante ter poucos materiais esclarecedores e assertivos do que produzir um volume grande de peças que não comunicam ou não são distribuídas de forma assertiva para o público-alvo.
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É preciso enxergar a devolutiva de resultados para a população como parte central da pesquisa, produzindo e divulgando informações durante todo o processo.
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Dados são informações estratégicas que podem auxiliar na criação de políticas públicas, como campanhas de vacinação, ações de prevenção de doenças e o fortalecimento da saúde pública.
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É possível traduzir números, dados, resultados em informações simples e visuais que são compreendidas pela população em geral e ajudam a desmistificar o fazer científico.
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É preciso sair da zona de conforto e ousar novas soluções, com agilidade.
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Objetivo é deixar um legado permanente no território e não apenas os resultados da pesquisa em si.
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Os aprendizados do processo são tão importantes quanto os resultados da pesquisa e podem ser inspiradores para novas experiências.
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Desafios são redobrados quando se faz ciência em um território real, sobretudo em favelas e periferias.
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É preciso incorporar, desde o início do projeto, recursos específicos para comunicação, mobilização e engajamento.
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Não existem fórmulas prontas. Cada território é único e exige soluções criativas e inovadoras para os problemas que surgem.
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Não existem fórmulas prontas. Cada território é único e exige soluções criativas e inovadoras para os problemas que surgem. Veja o que aprendemos!
Fazer ciência exige dedicação, tempo e recursos. Fazer ciência em territórios de favelas e periferias exige mais do que isto: é preciso resiliência, abertura para novos aprendizados, quebra de padrões e agilidade para lidar com percalços e desafios da vida real.
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